sábado, 8 de novembro de 2008

Ameaças à Biodiversidade II


Os efeitos duradouros de algumas das ameaças que impendem sobre a Biodiversidade, como os Gases de Efeito Estufa e a destruição da camada de ozono, as chuvas ácidas e a poluição atmosférica, que se calcula serem responsáveis pela destruição de 15% das florestas tropicais, embora de origem em países industriais do hemisfério norte, apresentam uma capacidade de destruição acumulada para mais cem anos, mesmo supondo que deixávamos de os produzir hoje!

A capacidade de resistência e de recuperação da Biosfera perante estes fenómenos agressivos começa também a estar deficitária perante a velocidade e a intensidade da extinção de espécies e o declínio dos habitats, já que a necessidade de stocks viáveis para sustentar a adaptação e a evolução de espécies é variável entre 20 mil e 5 milhões de Anos ! ( Myers,1996 ).

Nas ameaças á biodiversidade temos assim que incluir o Tempo, como recurso mais escasso e reflectir sobre a projecção da nossa responsabilidade no futuro, onde já não apenas pedimos emprestado , melhor dito roubamos , os recursos necessários à sobrevivência das gerações futuras, como também lhes impomos a herança da degradação ambiental quase total por muitos séculos privando-os do tempo de usufruto desses recursos e da sua qualidade de vida.

Este aspecto da crise ecológica se ter transformado em crise transgeracional embora com efeitos muito graves no presente parece-me o mais grave e talvez o menos interiorizado em toda a discussão sobre a Biodiversidade e poderia ainda ser o elemento decisivo para basear a mudança de mentalidades.

4 comentários:

Paulo Proença disse...

Olá.
Tempo é dinheiro, isto é, tempo é valor.
Se os habitats e ecossistemas necessitam de muito tempo para se adaptarem ou renovarem então terá que ser num curto espaço de tempo que o ser humano terá que agir para os proteger. A mesma velocidade com que destroi também deve ser usada para eliminar todos os factores que potenciam a sua destruição.

Felicidade disse...

Parece que o outro comentário não foi para o sítio certo, de qualquer das formas o que disse é que de facto o tempo é um factor a contabilizar nas ameaças à diversidade. É necessário dar tempo aos ecossistemas para recuperarem, se adaptarem e evoluirem.

Elisabete Chaves disse...

olá, não sei o que aconteceu ao meu comentário, mas o que eu disse é que gostava do modo como o colega escreve mas que não concordava com uma das afirmações em que dava a entender que o ser humano esta neste momento a roubar recursos as gerações seguintes. Ora, nem todos os recursos são não renováveis a escala humana. Depois por vezes damos a sensação que o Homem é o culpado de tudo, e mais uma vez vem ao de cima o nosso sentimento aristotélico de que somos o centro de tudo. Mas depois vem sentimentos de culpa e damos uma imagem que o ser humano é um ser a abater para que o mundo volte a ser um paraíso. Mas esquecemos que de paraíso o nosso planeta tem pouco, basta olhar a história do universo e formação da Terra. A extinção e o surgir de novas espécies de vida faz parte deste universo, com o sem Homem. Não temos é de desrespeitar ritmos e promover desequilíbrios.
Fique bem.
Elisabete Chaves

Bilma disse...

Bilma