terça-feira, 9 de dezembro de 2008

espécies invasoras e perda de biodiversidade

a curiosidade de navegantes e viajantes terá sido o primeiro veículo de introdução de espécies entre continentes e ecossitemas, que resultou em problemas ambientais séculos mais tarde; modernamente a ciência e a acção empresarial impensada agravam sobremaneira os danos causados pelas espécies invasoras e infestantes. de tal modo a questão é fundamental que a UE promove recomendações...

http://portal.icnb.pt/ICNPortal/vPT2007/O+ICNB/Centro+de+Documentacao/Noticias+-+Lista/Detalhe+Noticia/Comunic+UE+invasoras.htm

terça-feira, 25 de novembro de 2008

20 anos à espera de um Plano

Vinte anos à espera de um Plano de Ordenamento para uma Área que se quer Protegida será muito tempo, mas só será demasiado se a partir de hoje a Paisagem Protegida da Arriba Fóssil da Costa de Caparica não se dedicar à protecção efectiva dos valores naturais e os seus utilizadores continuarem a promover maus comportamentos.

http://www.dre.pt/pdf1sdip/2008/11/22800/0834808363.PDF

sábado, 8 de novembro de 2008

Ameaças à Biodiversidade II


Os efeitos duradouros de algumas das ameaças que impendem sobre a Biodiversidade, como os Gases de Efeito Estufa e a destruição da camada de ozono, as chuvas ácidas e a poluição atmosférica, que se calcula serem responsáveis pela destruição de 15% das florestas tropicais, embora de origem em países industriais do hemisfério norte, apresentam uma capacidade de destruição acumulada para mais cem anos, mesmo supondo que deixávamos de os produzir hoje!

A capacidade de resistência e de recuperação da Biosfera perante estes fenómenos agressivos começa também a estar deficitária perante a velocidade e a intensidade da extinção de espécies e o declínio dos habitats, já que a necessidade de stocks viáveis para sustentar a adaptação e a evolução de espécies é variável entre 20 mil e 5 milhões de Anos ! ( Myers,1996 ).

Nas ameaças á biodiversidade temos assim que incluir o Tempo, como recurso mais escasso e reflectir sobre a projecção da nossa responsabilidade no futuro, onde já não apenas pedimos emprestado , melhor dito roubamos , os recursos necessários à sobrevivência das gerações futuras, como também lhes impomos a herança da degradação ambiental quase total por muitos séculos privando-os do tempo de usufruto desses recursos e da sua qualidade de vida.

Este aspecto da crise ecológica se ter transformado em crise transgeracional embora com efeitos muito graves no presente parece-me o mais grave e talvez o menos interiorizado em toda a discussão sobre a Biodiversidade e poderia ainda ser o elemento decisivo para basear a mudança de mentalidades.

Ameaças à Biodiversidade I


O conhecimento técnico e científico e o consequente desenvolvimento tecnológico permitem melhorar o uso eficiente dos recursos mas também incrementam as possibilidades e a intensidade dos níveis de exploração da biodiversidade; as ameaças à biodiversidade podem resultar de efeitos directos ou indirectos das actividades humanas, resultando em perdas bruscas de potencial biológico mas gerando de igual modo efeitos cumulativos nos ecossistemas que provocam danos na biosfera actualmente e no futuro.

A crescente transformação de habitats, para terrenos agrícolas, ou de zonas húmidas para aquacultura, a sobreexploração de recursos, quer pesqueiros, quer de combustíveis fósseis; a poluição de solos e rios por nutrientes químicos ( nitrogénio, fósforo), geradora de eutrofização e morte lenta dos aquíferos, das espécies associadas e diminuindo o caudal de água para consumo; o aumento da temperatura dos ecossistemas e as reduções ao nível do quantitativo das espécies, a perda de habitat e do número de plantas por introdução de espécies invasoras; a perda de biomassa global por acção de desflorestação industrial ou por incêndios florestais, o aumento das áreas desertificadas ; o regresso e o fortalecimento de doenças epidémicas de origem tropical; a diminuição do potencial agrícola,…e a lista continua….

Calcula-se que nos últimos dois séculos aumentou três vezes a taxa de extinção de espécies sendo que ela é actualmente 1000 a 10000 mil vezes superior às taxas de extinção “natural” fossilizada; e recordemos que não se conseguem inventariar todas as espécies na Biosfera, nem medir adequadamente o declínio da diversidade genética, que ameaça a maioria das espécies, incluindo as domesticadas pelo uso humano . A própria IUCN calcula que 12% a 52% das espécies constantes nas suas Listas se encontrem gravemente ameaçadas ou extintas!!!

A ameaça mais indetectável à biodiversidade relaciona-se com o aumento da fragmentação ecológica dos habitats que origina ilhas biogeográficas; por um lado, a descontinuidade e a redução de extensão dos ecossistemas origina a médio prazo perda de sustentabilidade das espécies, por outro, as espécies confinadas à “ilha” vêm a sua variabilidade genética reduzida.

Os territórios mais ameaçados são também aqueles que pela sua natureza contêm maior número de espécies, funcionando como “hotspots” para a conservação e estudo da biodiversidade mundial; são exemplo disso os grandes lagos africanos e os espaços naturais classificados, onde se acumulam em 5% do território cerca de 20% das espécies globais. Nos lagos e rios concentram-se 40% das reservas de peixe e 20% dos vertebrados, ou seja, um quarto da biodiversidade encontra-se em 0,01% da água potável do planeta. A destruição das zonas húmidas, cerca de metade no século passado e os fenómenos de degradação de parques e reservas naturais fazem destes locais uma zona de desastre eminente quando até aqui pareciam funcionar como santuário e reservatório.

domingo, 2 de novembro de 2008

O VALOR DA BIODIVERSIDADE

A espécie humana tem por hábito só reconhecer valor a algo que satisfaça as suas necessidades, por mais egoístas que possam ser, e a capacidade de só valorizar algo quando já não se acede a esse bem; tem sido assim que nos relacionamos com a biodiversidade : assumimos as épocas de abundância dos recursos como infindáveis e tardamos a reconhecer as épocas de perda e escassez.
A velocidade que a perda de biodiversidade atingiu na transição do séc XX, com taxas de extinção nunca antes vistas e com prazos de extinção muito curtos, de apenas uma década, bem como o nível de ameaça sobre recursos alimentares e energéticos mais utilizados, impõem um novo olhar sobre a biodiversidade e a sua gestão. Até agora a maior ou menor interdependência dos grupos humanos com a biodiversidade era determinada pela relação directa com os recursos numa lógica de sobrevivência actual e futura, mas à medida que o circuito de exploração se alarga, com recurso a fortes incrementos tecnológicos e para satisfazer necessidades de comunidades cada vez mais distantes, surgem ciclos de escassez e pobreza mais graves.
A avaliação económica dos recursos ou a sua quantificação em termos monetários, apenas se limita a ponderar o custo inicial da matéria prima num ciclo de produto, acrescentando os custos de exploração e de industrialização, os inputs de investigação e a definição do preço final, visando o maior retorno no valor de venda. Esta análise deixa de fora a ponderação da maior ou menor perenidade do recurso, a análise dos valores imateriais associados, dos efeitos colaterais na biodiversidade e de eventuais custos de recuperação ou substituição de recursos, embora mercê da legislação ambiental vá incluindo na cadeia de valor aqui e ali o custo de taxas e multas por degradação dos ecossistemas.
A economia defende que a quantificação da biodiversidade como um todo é senão impossível bastante difícil, questiona se tal deve ser preocupação do sistema produtivo e efectuar-se a montante da exploração dos recursos e pretende devolver à comunidade essa preocupação e esse custo incomensurável.
Para que serve a biodiversidade e quanto vale parecem ser as questões de partida que podem determinar uma alteração dos modos de produção e da atitude de “uso natural” dos recursos que nos configura a todos. Associadas a estas questões encontram-se duas perspectivas, a da valoração da biodiversidade e a da sua valorização, a primeira subjectiva e individual, a segunda objectiva e de quantificação aparentemente difícil. A objectivação da Biodiversidade, por se tratar de um sistema complexo de relações e de manifestações, no qual a espécie humana é parte da equação, recorre muitas vezes ao isolamento de análises de algumas espécies ou habitats que se apresentam como sinal de perigo ou como demonstração de alarmismo, consoante os lados da barricada.
A biodiversidade é assim prestadora de um conjunto de bens de suporte de vida como a energia, a alimentação, a água, a regulação climática, a localização e o abrigo das nossas comunidades humanas, etc, um conjunto de bens materiais que nos tínhamos habituado a considerar eternos, para lá da nossa escala pessoal de vida e que resistimos a considerar que são perecíveis mesmo durante o nosso percurso temporal. Por outro lado, é na biodiversidade que as comunidades humanas realizam e encontram um conjunto de manifestações imateriais, de bem estar, de inspiração estética, de religiosidade, e de identidade social, em que as perturbações do “cenário” originam problemas sociais.
A vontade de sustentar políticas ambientais que impeçam ou minimizem as perdas de biodiversidade esbarra por um lado na incompreensão generalizada da importância da Biodiversidade como um todo e do significado global de qualquer perda sectorial, ( apenas 26% dos inquiridos ingleses reconhece o termo “biodiversidade” contra 52% que reconhece a importância da “vida selvagem”), por outro, na noção não quantificada das disponibilidades de rendimento necessárias para obviar a tal degradação.
Uma estratégia possível para promover a aceitação da noção de perda de biodiversidade e lançar iniciativas de executem alguma redução nessa perda passa pela proximidade de medidas públicas de protecção e pela demonstração da viabilidade económica da sustentabilidade ambiental como atitude social; as medidas agro-ambientais, o eco turismo e o lazer na natureza e a mitigação de impactos urbanísticos através da compatibilização de usos, são algumas das etapas possíveis.
A resolução do alegado deficit informativo sobre questões ecológicas, através de estratégias de comunicação que traduzam a linguagem científica e técnica em casos reais, e assim promovam a adesão do público a modelos de redução de consumo ou a consumos mais responsáveis será também um campo a aprofundar.
Alguns estudos que aplicam metodologias de Escolha/Contingência demonstram algum nível de adesão a medidas de incremento de biodiversidade pela aplicação de políticas públicas de conservação e protecção, sobre espécies carismáticas ou parcelas de habitat ameaçados; se estas medidas forem aplicadas à escala local e global, recorrendo a transferências financeiras directas, por via do apoio a projectos de desenvolvimento local, e indirectas, por via do mercado do turismo ao invés do mercado de aquisições de recursos será possível reconstruir a balança de distribuição de riqueza, enquanto os mecanismos económicos de compensação não surgem internalizados na cadeia de produto.
Um dos valores que a biodiversidade apresenta para a humanidade que é intuitivamente mais valioso, mas absolutamente mais indeterminado em termos monetários é o da segurança alimentar e da reserva de Opções Futuras; com o escasso conhecimento do potencial de milhares de espécies existentes ( muitas centenas desaparecendo diariamente) não é de rejeitar que a sustentabilidade de futuras gerações dependa e possa ser gerada com base nesse potencial, pelo que a responsabilidade dos actuais gestores do planeta é abissal.
A protecção desses activos naturais através da internalização do seu valor integral para a humanidade, e não apenas para um qualquer segmento do processo produtivo e a opção por ganhos de longo prazo em lugar dos lucros de muito curto prazo, constituem uma abordagem mais racional e duradoura do que o actual modelo de uso privado e consequências públicas.

terça-feira, 21 de outubro de 2008

em construção (2)

começar uma nova forma de comunicação e ir apreendendo a gatinhar... na reflexão anterior não foi por masoquismo que escrevi a ligação e naõ a deixei como hiperligaçaõ, foi mesmo inépcia. Por isso aqui volta a ficar a referência para que meditemos e sobretudo façamos.

http://video.google.com/videoplay?docid=-3412294239230716755&hl=en

domingo, 19 de outubro de 2008

início em construção

é certo que todos nós construimos a terra onde vivemos desconstruindo a Terra onde habitamos; para percebermos que o planeta precisa de outros habitantes, capazes de gritar por ele e de ouvir as suas queixas, mas sobretudo capazes de mudar de vida para que haja Vida, temos elaborado grandiosos planos e convenções...falta apenas o pequeno passo para a humanidade mas aparente grande passo para cada pessoa que será a mudança de mentalidade.


Possa este ser um pequeno contributo.


sugestão de reflexão: http://video.google.com/videoplay?docid=-3412294239230716755&hl=en